PARIS: la ville de rêves...

Há algum tempo descobri que há uma palavra japonesa que expressa a decepção da chegada em Paris e esse sentimento pode ser chamado de "Síndrome de Paris". Sim, Paris pode ser decepcionante e eu experimentei isso! Após uma longa viagem de ônibus + ferry + ônibus, cansaço, odores desagradáveis, tratamento nada cordial, pensei: "Paris não é tudo isso. Que cidade esquisita...". Entendam, o odor que senti na minha primeira parada em uma estação de metrô em Paris foi tão desagradável que eu, literalmente, vomitei. Desculpem-me por começar assim...

Fiquei em Paris por, aproximadamente, seis ou sete dias e a sensação descrita acima durou cerca de um dia, mas passou e, quando eu saí, já estava encantada por Paris e entendendo o porquê de Paris ser a cidade dos sonhos de tanta gente... Consegui até utilizar um pouco do meu francês, mas, em locais turísticos, o inglês era muito comum.

Fiquei hospedada em um Airbnb super pequeno, mas super aconchegante, em uma excelente localização, próxima à Place de la République, onde li relatos emocionantes deixados pelas pessoas, especialmente imigrantes. De lá era possível caminhar até locais importantes como o Centre Pompidou e à Notre-Dame. Enfim, caminhar pelas ruas de Paris e ao redor do Rio Sena foi, simplesmente, encantador!

Também preciso destacar que tive o prazer de passar o Natal lá e ver a Champs-Élysées toda decorada e iluminada, com barraquinhas natalinas que adicionaram um toque especial à estadia. Na clássica visita à Tour Eiffel (depois de uma longa fila num frio e vento congelante!), não apenas subi até o topo e bebi um chocolate quente aproveitando a vista, mas tive uma baita surpresa quando descobri que em um dos andares havia uma pista de patinação no gelo que poderia ser utilizada sem pagar nada a mais e por tempo indeterminado - foi a minha primeira vez (e única, até o momento) patinando no gelo e considerei até mais fácil do que a patinação tradicional, uma ótima experiência! Além de apreciar a vista do alto, à noite a torre fica toda iluminada e com luzes piscando a cada hora para se apreciar do chão.

Os pontos turísticos não decepcionaram: a Sacré-Cœur e o bairro de Montmartre, l'Arc de Triomphe, todos belos! Saindo da cidade de Paris, visitei Versailles, que achei deslumbrante mesmo sem a vivacidade dos jardins por ser inverno. Sem contar os museus! Como estava com visto de estudante da Inglaterra (quando ainda fazia parte da União Europeia), até uma certa idade, estudantes não pagam entrada nos principais museus (não sei se ainda é assim...), então pude visitar museus espetaculares sem pagar nada, como o Musée d'Orsay e, claro, o Louvre - posso dizer que ele realmente é lindo, tem um acervo incrível e variado, mas é enorme e a visita é bastante cansativa. É bem difícil localizar alas específicas (quando precisei ir ao banheiro, o segurança me indicou ir até a saída do museu - longe, mas fácil de achar e onde teria um banheiro - e depois retornar 😲) E acho que nem precisa falar da "Monalisa", né? Já devem saber que o quadro não é tão grande, ficamos distantes, pois há uma proteção ao redor, ela fica protegida por um vidro e a sala está sempre lotada de gente!

Não tive muitas experiências gastronômicas por causa dos preços ($$$), mas experimentei os deliciosos chichis (os churros franceses acompanhados de Nutella), macarons, crêpe, croissant e outras delícias... O interessante de ficar em uma área residencial é que frequentemente ia ao mercado comprar coisinhas como uma verdadeira parisiense, pude me sentir realmente como uma residente, mesmo que por alguns dias apenas.

No final das contas, certamente já deu pra perceber: saí de Paris encantada, já tinha até esquecido da tal decepção!